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EVOLUÇÃO DA MASSA – FETTUCCINE ALFREDO

Há aproximadamente 2500 a.C., o homem descobriu que era possível moer alguns tipos de grãos e cereais, e que o resultado disso misturado com água dava origem a um alimento extremamente saboroso, de total aceitação do ser humano. Quem sabe do que estou falando? Sim, das MASSAS!

A massa é um dos pratos mais consumidos em todo o mundo, sendo o Brasil o terceiro colocado no ranking mundial de consumo, perdendo apenas para a Itália, em primeiro, e para os Estados Unidos, em segundo. Mas, calma lá! Apesar de ser o país em que mais se consome o prato no mundo, a Itália não possui os louros de ser a criadora da massa. Registros históricos apontam que o macarrão teria chegado ao ocidente pelas mãos do italiano Marco Polo, que conheceu o alimento na China, no século XIII.

Reza a lenda que a massa conhecida por Marco Polo em sua viagem à China era feita à base arroz e que, ao levar a receita para sua terra natal, marcou a história como sendo o primeiro responsável pela disseminação dela para o mundo. Digo disseminação pois, apesar dos chineses terem o título de criadores da massa, certamente os italianos foram os grandes culpados pelo aprimoramento e produção do que hoje conhecemos por macarrão.

A verdade é que essa massa de arroz já era uma versão atualizada da massa consumida pelos chineses. Um grupo liderado pelo cientista Houyuan Lu, da Academia de Ciências de Pequim, foi o responsável pela descoberta que leva a origem do macarrão para ainda mais longe: ele localizou, num sítio arqueológico conhecido como Lajia, um fio de massa dentro de uma vasilha virada de cabeça para baixo. A explicação? A região parece ter sido destruída por alguma catástrofe natural como um terremoto ou uma enchente, e o fio de macarrão acabou sendo soterrado a cerca de três metros da superfície em que foi localizado.

Esse primeiro registro de massa era feito de uma espécie de milho chamado milheto, e o fio chegava a quase meio metro de comprimento e 0,3 centímetros de espessura. É bem provável que a massa tenha sido alterada com o passar do tempo até atingir a versão de arroz conhecida por Marco Polo. Como era de se esperar, ao chegar na Itália, também sofreu diversas alterações e atingiu a impressionante marca de mais de 500 tipos e formatos diferentes, quase todos inventados pelos italianos. Massa fresca, massa seca, massa recheada, massa por extrusão, massa colorida, massa longa, massa curta… ufa! São tantos nomes que prometo preparar um post em breve falando um pouco mais sobre as variedades de massas existentes. Mas hoje falaremos sobre o começo de tudo.

Eis que, após a chegada da massa no país, os italianos logo trataram de adaptar a receita, que passou a ser feita de farinha de trigo e ovos, e de torná-la a base alimentar de sua sociedade. O único detalhe era que o trabalho era pesado, já que todo o processo produtivo era feito literalmente na mão. Imagine só: misturar e preparar a massa, sovar, abrir com rolo, com garrafa de vinho, com garrafa de azeite ou qualquer outro utensílio cilíndrico que estivesse à mão, e cortar tentando produzir fios de macarrão de forma mais simétrica possível. Cansativo, não?

Foi pensando nesse trabalhão todo e em como produzir macarrão de uma forma caseira e artesanal com facilidade que Otello Marcato criou a primeira máquina de macarrão manual do mundo. A história começou em 1930 com a criação da primeira máquina por Otello. A ideia era ter um produto que conseguisse abrir a massa em uma espessura fina e que pudesse cortar o macarrão de forma simples e fácil. Seu produto fez tanto sucesso que, já em 1938, Otello Marcato possuía uma pequena linha de produção em escala de máquinas para macarrão, feitas manualmente.

Na década de 1970, a produção girava em torno de 5.000 unidades por dia, e a marca entrou de forma definitiva para a história, adquirindo a patente internacional das máquinas com rolos de alumínio, o que consolidou sua importância no mercado. Como forma de celebrar e agradecer a bela criação que transformou o mundo gastronômico, a Marcato criou uma releitura do primeiro projeto original. Chamada de Otello, em homenagem a seu criador, a máquina combina o design tradicional com a modernidade tecnológica. Ela teve edição limitada, com produção de 2.000 unidades, e adivinhe só? Tive a grata oportunidade de trabalhar em um desses exemplares para criar uma receita especial por aqui!

A Otello de número 22 de 2.000 é a estrela do post de hoje, e para honrar a beleza desta máquina, escolhi uma receita também carregada de muita história, o fettuccine Alfredo. Em 1908, antes ainda da criação da primeira máquina por Otello e quando as massas ainda eram feitas com bastante trabalho, Alfredo Di Lelio decidiu inventar uma receita simples para que sua esposa, na época acometida por uma grave anorexia, pudesse se alimentar. Parece que além da doença da esposa, a família passava por um período de dificuldades financeiras. As opções disponíveis não eram muitas, e Alfredo então ele decidiu fazer um prato simples e rápido, com o que tinha em sua casa.

Enquanto o fettuccine cozinhava, Alfredo colocou um pouco de manteiga para derreter em uma frigideira para tentar inventar um molho improvisado. Retirou a massa da panela e jogou direto na frigideira com a manteiga derretida. Acrescentou um belo punhado de parmesão, misturou e viu que a receita estava ficando apetitosa, mas um pouco seca. Sem pensar duas vezes, pegou uma concha da água do cozimento da massa e jogou na frigideira. Misturou tudo rapidamente e estava pronto. Alfredo e sua esposa comeram juntos o prato, extasiados com a simples e deliciosa criação.

A história conta que sua esposa voltou a se alimentar, se curou e a receita foi se perpetuando entre filhos e netos do criador. Alfredo Di Lelio começou a servir o prato no restaurante de sua mãe, tendo aberto seu próprio negócio posteriormente. O restaurante chamava-se Alfredo alla Scrofa e foi um sucesso por muito tempo. Até que a guerra trouxe problemas financeiros para Alfredo, que teve que vender seu restaurante, que passou a ser tocado pelos seus antigos funcionários. Mais tarde, já recuperado, Alfredo abriu um novo restaurante, chamado de Il Vero Alfredo, e adivinhem só? Teve início uma briga de egos dos dois restaurantes, digladiando pelo título de criador verdadeiro do prato. Os restaurantes existem até hoje e são pontos turísticos da bela Roma.

Ficou com vontade de experimentar essa deliciosa criação? Então anote aqui a minha receita em homenagem a Otello Marcato e corre preparar esse prato em casa também!

INGREDIENTES

2 ninhos de macarrão fettuccine
100 g de manteiga
100 g de queijo parmesão ralado

MODO DE PREPARO

Cozinhe a massa até ficar al dente. Em uma frigideira, coloque a manteiga e deixe derreter. Assim que a massa estiver pronta, adicione um punhado de queijo ralado, misture bem e adicione a massa cozida. Mexa rapidamente, acrescente o restante do queijo e uma concha da água do cozimento. Misture bem e está pronto!

RENDIMENTO

1 porção.

DICA

Para esta receita, utilizei a Otello edição limitada, mas é claro que você pode tranquilamente produzir seu fettuccine Alfredo em casa utilizando a Atlas 150 Marcato, ok? Clique aqui para ver o post MASSAS FRESCAS e aprender a receita do fettucine tradicional.

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